Colaborador: Roberto Rocha
Estamos no meio de uma tempestade
global, de revoltas ondas, ventos fortes, frio intenso, tsunamis e furacões. Multiplicamos as simplificações ecológicas
extensas e monoculturais. Insistimos em replicar nosso DNA econômico e injusto,
centrado no lucro rápido e imediato, favorecendo a poucos em meio a muitos.
Usamos a antiga retórica para convencimentos estudados, acreditando que a ética
pode transgredir, volta e meia, dependendo da situação e do momento. Enquanto a
água rareia, e os oceanos são esvaziados em seus estoques biológicos, as aves
já não têm mais onde pousar. As bactérias agro-intoxicadas pelo solo, se
retorcem, agonizando entre cadáveres semi-decompostos; retendo nutrientes que deveriam
retornar em novos corpos vivos da superfície, para manter a necessária e
insubstituível homeostase. Mas quem se importa com sistemas complexos? Simplificar,
eis a questão! Exatamente num mundo que sempre funcionou com base na
complexificação, muito antes de existirmos como espécie pensante. Vivemos uma
situação paradoxal, convictos que estamos cientificamente corretos, até que nos
provem o contrário. Provar o quê? Que nossa água está ameaçada? Que nossos rios
estão secando? Que as florestas estão sendo exterminadas? Que a futilidade
artística é incentivada pela raridade de inspirações espiritualizadas? Que a
miséria ainda existe em boa parte do mundo, escondida nas sombras da
indiferença? Entre peles magras, ossos pontudos, moscas insistentes e olhares
tristes, uma parte do mundo agoniza! No mundo econômico, os dígitos também
sofrem suas baixas e ameaçam a economia global com desemprego e desesperança. Antes,
éramos ameaçados por guerras frias e mundiais, exterminadoras de pessoas e
cidades. Mas hoje não precisamos mais de “ameaças” porque “os fatos já são
reais”! Quem duvida que a biodiversidade da Terra esteja sendo reduzida drasticamente?
Só as pessoas desinformadas não sabem disso! E o mundo tenta acabar com o analfabetismo
reinante, até 2015, conforme consta dos Objetivos do Milênio. Pregamos o “desenvolvimento”,
mas não conseguimos, nem mesmo, a garantia de que o cérebro mais evoluído do
planeta possa se manifestar em todas as suas potencialidades, universalmente! E o que falar das garantias de manifestação biológica
das criaturas ditas “incivilizadas”? Boa parte dos grandes vertebrados que
ainda vive entre nós, estará extinta até 2050! Estamos descobrindo espécies
novas e, ao mesmo tempo, estamos reconhecendo que elas terão um futuro sombrio.
Somos o único ser terrestre que, apesar de ser constituído totalmente de
elementos biológicos, deseja - cada vez mais – estar mergulhado num mundo
artificial, fictício e deslumbrante, com suas cores distorcidas e inebriantes.
Será esse mesmo o futuro que queremos? Queremos para quem? Vamos continuar apostando
no modelo deletério do século XX? A
Agenda 21 foi apenas “uma proposta” ou um compromisso? Quanto realmente nós progredimos?
Ou será que vamos nos reunir, mais uma
vez, para propor uma Agenda 22?