Colaboradora Roberta Cordeiro da Cruz
Muitos de nós já ouviram falar que no século passado, na época em que nossos avós eram bem jovens, o clima não era da forma como hoje se apresenta. As estações eram mais facilmente reconhecidas por suas características bem definidas. Nossos ascendentes conseguiam até prever, com certa precisão, acontecimentos climáticos de menor importância e assim tinham como planejar melhor pequenas decisões.
Decorrido menos de um século entre nossas gerações, já não podemos ter a mesma certeza de como será o tempo no dia seguinte, mesmo com toda a tecnologia avançada que dispomos atualmente para a previsão de furacões, tempestades, etc.
Mas o que está faltando para que o homem possa “dominar” as intempéries dos dias que virão?
Mas o que está faltando para que o homem possa “dominar” as intempéries dos dias que virão?
O homem moderno deixou sua conexão com os elementos naturais e passou a ser altamente dependente da tecnologia que produziu.
Hoje, o “homem do campo” ─ aquele antes conectadíssimo com a natureza ─ é tão dependente desta tecnologia moderna que passou a ser apenas um “homem no campo”.
E os raios?! Ah! Os raios...
No Brasil, segundo os dados do INPE, metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro apresentam uma quantidade de raios muito superior aos dados do século passado. Isso sem mencionar a quantidade de descargas elétricas que partiram do solo em direção às nuvens!
Os fins de tarde têm apresentado, com frequência, rajadas fortíssimas de vento que balançam janelas e provocam, em poucos minutos, a queda de árvores centenárias, problemas na fiação dos postes e muito mais. As previsões feitas por esses cientistas afirmam que até o final deste século teremos o dobro de enchentes de grandes proporções o que acarretará problemas das mais variadas ordens.
Os fins de tarde têm apresentado, com frequência, rajadas fortíssimas de vento que balançam janelas e provocam, em poucos minutos, a queda de árvores centenárias, problemas na fiação dos postes e muito mais. As previsões feitas por esses cientistas afirmam que até o final deste século teremos o dobro de enchentes de grandes proporções o que acarretará problemas das mais variadas ordens.
Seria uma resposta de GAIA aos seus parasitas?
Uns afirmam ser o tal aquecimento global o culpado por todas as alterações climáticas que aí estão, enquanto outros (uma minoria) dizem que ele não existe.
Bem, o fato é que evidências científicas mostram dados fiéis que indicam um rápido aumento da temperatura global. Neste contexto, o ser humano é o protagonista da situação perigosa em que se encontra o planeta, e que isso não é apenas mais um processo natural em andamento.
Sim! A Terra passa, naturalmente, por períodos de aquecimento e de resfriamento. São ciclos naturais.
Podemos até continuar a discutir as variações de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, relacioná-las às médias de temperatura para um mesmo período passado e compará-las com os dados atuais. Contudo, o que já sabemos é que quando a temperatura global começa a aumentar, a concentração de CO2 aumenta também e vice-versa; e esses dois fenômenos se realimentam há séculos e sempre se alternam.
Porém, quando atualmente nos referimos ao aquecimento global não estamos tratando dos ciclos naturais pelos quais a Terra passa. Estamos sim, relacionando os impactos das atividades humanas que incrementam o aquecimento global (artificial e adicional) àquele já provocado por ciclos naturais de resfriamento e aquecimento.
Segundo dados do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), existem hoje 400 ppm* de CO2 na atmosfera comparados com 300ppm* nos séculos anteriores à revolução industrial.
Portanto, concluímos que o homem não é quem gera o aquecimento global, que é um fenômeno natural, mas é ele quem contribui, a passos largos, para acelerar este aquecimento.
A última década apresentou a média de temperatura mais alta da história do planeta e mostra que o clima está mudando rapidamente. É esperado que a temperatura global aumente de 2 a 6 graus Celsius até o final do século.
Então, não podemos dizer, simplesmente, que devemos nos adaptar às mudanças. Temos a obrigação de reduzir significativamente nossas atividades industriais começando por diminuir, imediatamente, o consumismo descontrolado que contribui com grande parcela para essas alterações climáticas. Reformular velhos hábitos pode parecer pouco quanto à contribuição individual que podemos dar, mas se somarmos nossos esforços, o total destas atitudes renovadas nos mostrará que podemos direcionar melhor nosso futuro.
E o que esperamos para o Brasil? Que os governantes se comprometam, verdadeiramente, na implantação e execução de políticas públicas sérias! Que a educação seja realmente levada a sério! As gerações economicamente ativas, que já se estabeleceram, estão corrompidas e devemos, portanto, reformular o plano brasileiro para o futuro que queremos.
Já parou para pensar no que está acontecendo com a Amazônia, o Cerrado e o nordeste do nosso país? As previsões não são nada animadoras. A floresta amazônica está se transformando em áreas de pastagens tendo sua biodiversidade totalmente arrasada pelo agronegócio. E quem pode afirmar que ela não se transformará em uma enorme savana? Seu clima e, até o de todo o território nacional, pode ser definitivamente alterado. O cerrado é explorado e devastado sem nenhuma responsabilidade e o nordeste, em breve, será uma grande área desértica. Diminuirão as chuvas, e o sudeste e o sul do país também sofrerão severas consequências.
Há futuro para um sistema capitalista onde a economia está permanentemente em conflito com a natureza?! Como mobilizar pessoas do mundo todo e fazê-las entender que precisamos mudar a civilização atual por uma que tenha hábitos mais sustentáveis? Não precisamos fazer voto de pobreza para que isso aconteça. Talvez uma boa sugestão seja aderirmos ao consumo consciente e uma distribuição de renda mais justa e equitativa entre as diferentes classes da sociedade mundial, para chegarmos a uma única classe.
Utopia?!!!! Não! Necessidade. Ou todos, sem exceção, seremos apenas um capítulo indigesto na história de Gaia.
* ppm – partes por milhão