domingo, 23 de julho de 2017

Os genes do mundo: o nosso maior tesouro.


Roberto Rocha

Quando falam de crise ambiental, o que logo vem a mente são questões relacionadas à poluição atmosférica, dos oceanos, das bacias hidrográficas, do solo, agrotóxicos etc. Quase ninguém lembra dos genes! E são eles que realmente fazem parte desse conjunto ecológico tão significante chamado de ECOSFERA. Embora se alegue que - desde a Revolução Industrial - nós começamos a poluir o planeta -, nem sempre nos referimos à extinção das espécies com a mesma ênfase. Muitas conferências ocorreram a partir da década de 70 no intuito de avaliar e promover medidas de combate às ameaças reinantes. Elas sugeriram medidas corretivas, preventivas e reforçaram a educação como grande mola mestra dessa mudança necessária de comportamentos indesejáveis. Faço coro com as autoridades mundiais que apoiam medidas que visem a diminuição da emissão de gases de efeito estufa ou qualquer outra ameaça física ou química que venha causar males aos seres vivos. No entanto, considero que deveríamos dar peso igual ou maior aos programas que salvem as espécies que estão a caminho da extinção ainda neste século. Não vai adiantar muito ter um clima equilibrado se não existirem os genes que garantam a nossa sobrevivência e o funcionamento dos serviços ecossistêmicos. A perde da saúde ambiental - entenda-se saúde dos ecossistemas - é pior do que qualquer mudança de clima.


 

Por outro lado, a composição da atmosfera terrestre nunca foi igual na história da Terra. O mesmo aconteceu com os organismos. Todos tiveram que se adaptar, mas os genes estavam lá em grande quantidade para garantir novas composições. O que ocorre agora é que nós mesmos - por outros motivos - estamos eliminando a nossa riqueza maior: a diversidade genética. Isso é muito grave!




 Não teremos muitos elementos com que jogar! Isso é drasticamente real e certamente muito preocupante. Nós vamos ser arrastados juntos nesta torrente. O homem não é tão suficiente quanto pensa! Muito ao contrário, é uma das espécies que mais depende de outras completamente diferentes, e não somente do clima ou da água que bebe.