Colaborador Roberto Rocha
Colaborador Roberto Rocha
Temos apresentado alguns argumentos que colocam o homem como criatura secundária no Todo. Para tal, precisamos aceitar uma verdade: o ambiente é fim, e não meio. Devemos aceitar que "não somos divinos sozinhos". É razoável sustentar que representamos criaturas especiais, pelo fato de podermos conceber a nós mesmos e aos "outros". Mas também, não sabemos - exatamente - como esses "outros" nos percebem! Conjecturamos que sejam irracionais; que não pensam. Mas o que é pensar? O que é perceber-se? Qual a real utilidade dessas "definições"? O que tem sido o pensamento do homem? Até onde tem valido nossa apurada percepção diferenciada no sentido de nos transformar em criaturas melhores? Se somos especiais deveríamos ser algo bom e justo. E o que é ser bom e justo? Bom com quem. Justo, em que medida e para quem? É nesse momento que entra a observação. A contemplação no sentido de admiração da perfeição. Não é questão religiosa específica porque a própria religião parece seguir este mesmo caminho. Ele já existia antes: a percepção do Todo como algo inteligente, porém indecifrável... Na espiral do tempo e do conhecimento, já demos muitas voltas. Parece que, a cada dia, ela se alarga de modo ascendente, mas sempre de encurva e retorna, indefinidamente.
Agora, uma grande revelação: não fomos nós que começados tudo isso!
O homem - parecido com o que somos hoje - só apareceu no cenário terrestre há uns 250 mil anos. Outros hominídeos existiram antes dele. Mas qual seria o "objetivo" de estarmos aqui? Construir alguma coisa especial? Não sei dizer. No entanto, não acho que tenha sido para apenas destruir. Talvez, reinventar. É isso: somos reinventores de coisas divinas!. Eternos curiosos e insatisfeitos. Ou insatisfeitos curiosos. Juramos amar o mundo, mas fazemos coisas que não são amáveis com ele. Incorporamos a equivocada certeza de que "somos especiais". Que devemos transformar e dominar o planeta. Talvez, a questão não esteja no ímpeto da transformação ou do domínio, mas no seu objeto. Devemos dominar sim, o nosso orgulho. Devemos transformar sim, o nosso universo interior. O grande desafio para o século XXI é este. Teremos que reunir a todos. Não separar aquele que grita mais para aparecer, porque isso é discriminação. Melhor, estimular para que "todos" apareçam ao mesmo tempo. Que todos gritem quando for hora de gritar. Que todos silenciem quando for hora de silenciar, assim como fazem os animais. Não que haja alguém com uma batuta na mão a sinalizar o que fazer. Mas pela força de algo que vem de dentro e não depende de nenhuma orientação externa, radical, imposta. Que venha do coração! O tumulto contínuo em nossa volta não nos deixa observar e perceber coisas distantes, às vezes muito distantes, mas não menos importantes. Algumas estão tão distante que nos perdemos delas, e quase não as reconhecemos. Quanto mais rapidamente obtivermos esta compreensão, mais chances teremos de reconhecer o "outro" como irmão de uma mesma família, mas não como um inimigo, e também, não necessariamente da nossa mesma espécie, perigoso, ameaçador, exaltado, excluído.
Fonte de imagem: Fundação Museu do Homem Americano. Piauí, Brasil.
Conheça. visite, prestigie: Disponível em: http://www.fumdham.org.br/
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